quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Murphy

Havia dias em que ele se pensava como a personificação de todas as leis de Murphy ao mesmo tempo. O despertador tocava mais cedo do que devia e ele não conseguia dormir mais. O metro atrasava-se e ele, atrasado, chegava ao trabalho depois de num metro vazio, um tipo grande, feio e malcheiroso se ter sentado ao seu lado.
Lá, no sítio do ganha-pão que era mais de tudo perder, os dias eram de duas formas: de muito trabalho que o vazia suar por dentro e por fora ou de quase nenhum, o que lhe dava um tédio quase mortal. E o computador que usava, por vezes bloqueava. Mas só nos dias de muito trabalho. Nos outros era ligeiro.

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